sábado, 20 de fevereiro de 2010

Guri de Apartamento

Volta e meia ouvimos esta expressão "Guri de Apartamento". Aliás, expressão que ouvimos só por aqui no Rio Grande do Sul, acredito eu.
Vou iniciar a descrever neste blógue, situações que classifico como de um Guri de Apartamento.

Antes de mais nada, acredito que seja importante delimitar o seguinte: alguém pode ter morado a vida inteira num apartamento e não ser um guri de apartamento.

Mas bom, vamos a primeira delas, que pra mim é determinante:

1. Um Guri de Apartamento NUNCA tirou um tampão do dedo do pé jogando futebol de pés descalços. Isso porque ele nunca jogou futebol sem um tênis apropriado ao referido esporte. Significa dizer que ele NUNCA saiu de casa com a bagaceirada da rua quando guri, sem a  mãe passar a mão na cabeça dele e dizer: "Agora vais pra piscina"; ou "vai pra tua aula de inglês". Se ele quisesse jogar futebol tinha hora marcada e local pré-determinado. Colocar dois chinelos marcando as goleiras e chamar o vizinho da rua do lado, que jogava mal, mas participava porque tinha a bola, é algo que ele nunca fez. Tinha que saber com quem jogaria e quem seria o goleiro, quais eram os times, se teria colete ou camisetas pra dividir os times. Jogar no formato com camisa contra os sem camisa, fere a autoestima dele, esta fora de cogitação. Na beira da praia com vento e com goleirinhas de montinhos de areia e roupas, nem na imaginação.

Se conheces alguém assim, quando ouvires essa expressão, batata...

É a primera de várias definições que inclusive todos poderão contribuir comigo.
Qual o objetivo? Sei lá...
Mas vamos combinar que criar essas coisas são esclarecedoras para a vida das pessoas.
Principalmente para a vida daquelas pessoas, que sempre ouviram isso e nunca entenderam.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Separatistas!?

Além de triste, fiquei impressionado com o que gerou a entrevista dada pelo Nei Lisboa no último dia 25 de janeiro. Entre outras bobagens, ele fala que “a música gauchesca lhe parece muito ruim, estética, ideológica e musicalmente” e que “a música gaúcha se torna intragável para qualquer pessoa mais esclarecida”. Então acabaram surgindo posições como a do César Oliveira e do João de Almeida Neto, além de diversos comentários nos blogs aonde os textos foram publicados e depois uma emenda publicada pelo Nei que saiu pior que a encomenda.


De verdade, fico triste pela situação toda, porque acabam surgindo posicionamentos fortes de todos os lados que criam a sensação de que existem forças em dividir ou separar a arte do nosso estado de alguma forma. Tenho certeza que a maioria das pessoas não quer isso.

Fico com a impressão que são argumentos que estavam guardados, como um arsenal de armas pronto para ser usado, porque de fato é quase lógico que a qualquer momento essas opiniões surgiriam. Digo quase lógico, porque sempre houve e sempre haverá quem se posicione contra manifestações culturais que tenham identidade forte. Mesmo assim afirmo: há quem conviva e desfrute de todas elas juntas da forma mais saudável.

Que legal ver que o mesmo Bebeto Alves que gravou um disco inteiro com o papa da viola campeira, Lucio Yanel, teve uma composição sua gravada pela Ana Carolina, lá no instransponível centro do país, ou ver que um disco maravilhoso do Luiz Marenco, teve contribuição de um guru da música pop como o Thedy Correa. Quem disse que não podem conviver e trocar?

Se me der vontade, danço uma vanera no CTG, vou pra Redenção de alpargata, bombacha e mate na mão, depois se mudar de idéia vou pra Cidade Baixa e curto a boemia e samba da noite na capital, tomando uma cerveja gelada e no domingo de manhã escuto um milongão curando a ressaca, assim como muitos e muitos aqui nos pampas.

Quem define aonde começa um e termina o outro? Quem estabelece aonde se deixa de ser campeiro e começa a ser urbano? O mesmo coração que bate ao ouvir Geraldo Flach, Nei Lisboa, Borghetti, Yamandu ou a Cidadão Quem é mesmo acelera quando ouve um verso do João da Cunha Vargas, ou uma música do Pirisca, do Noel Guarani, da Ultramen, do César Oliveira e do Rogério Melo. São diferentes? Entre todos “porsupuesto”, mas são todos gaúchos e isso me basta para me encher de orgulho.

O Nei Lisboa foi infeliz no que disse, podia ter ficado quieto porque tem uma obra incrível, que por si já fala. Acho que ele deve estar passando por um momento ruim e acabou falando besteira ou deve ter um ciuminho do movimento que de fato rende como o negócio dele não deve render. Mas da mesma forma, digo aos campeiros como o César Oliveira, que as muralhas hoje são muito menores do que parecem, a “Cola Atada” toca em muito mais celulares do que ele imagina.

Afinal como já disse o Jayme Caetano Braun: “para aquele atenta e raciocina com calma, gaúcho é um estado d’alma sob qualquer vestimenta.” Aliás, essa do Jaime, conheci num CD dele de pajadas de improviso, que tive acesso lá no Passo do Inhanduí, em Alegrete e que gravei imediatamente no meu laptop. Como sou organizado ficou na letra J, ao lado de outros como: Jairo Lambari, Jarabe de Palo, Jimi Hendrix, Jorge Drexler...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Algo bem maior

Escrevi este texto abaixo em maio de 2008.
Lá se vão quase 2 anos e nunca tinha publicado ele em lugar nenhum.
agora vai.
Abraço
Rodolfo

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Algo bem maior

Um texto: despretensioso mas com tom de desabafo, é o que pretendo fazer. No alto de completar os meus quase 27 anos, começo a ver que faz sentido o que ouvi o Lulu Santos dizer certa vez, do porque os homens são de marte. Segundo ele, é nesse período que deixamos de ser crianças e passamos para fase adulta, pois 27 anos na terra é um ano de marte, ou seja, estou prestes a completar um ano marciano, deixar de ser menino e me tornar um homem.
Não sei se isso se aplica a todos, mas tenho acreditado que faz sentido pra mim e o principal motivo é simples: perdi a inocência. Não tenho mais a ingenuidade que torna uma criança leve e que de fato perdi com o tempo. Acredito que isso aconteça, quando por mais que a gente tente, olhamos para as pessoas e percebemos as suas maldades, antes das suas bondades.
Quando criança, brigávamos mais de uma vez com nossos irmãos e amigos da vizinhança, mas no outro dia estávamos todos literalmente pedindo desculpas e fazendo as pazes, afinal de contas precisávamos um dos outros pra continuar fazendo nossas artes e bochinchos, como diríamos lá no Alegrete. Mas sabíamos disso: dependíamos uns dos outros, por mais que nos desentendêssemos cedíamos pelo bem comum.
Hoje, qualquer olhada torta é suficiente para levantarmos a guarda e nos resguardarmos de alguém. Deixamos de acreditar uns nos outros por pequenas bobagens, que superávamos quando crianças mas que não temos mais disposição para relevar. Dizemos NÃO com a maior facilidade. Queremos imediatamente algo em troca quando abrimos mão de alguma coisa, ou seja, nos preocupamos muito mais com o nosso umbigo que com o que nos rodeia.
De repente eu precise de mais 27 pra entender bem isso, mas o fato é que hoje realmente o “mundo é mau” e acredito que é nas pequenas coisas que tornamos o BEM algo muito maior que este mundo. Só com a pureza de uma criança é possível acreditar e por isso faço da música, meu instrumento de prece para não perder a essência, pois foi na infância que aprendi que com ela crio um mundo encantado, aonde no fundo, todos gostariam de viver.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Facilidade ou banalidade

Impressionante a facilidade pra um monte de coisa hoje em dia. Temos acesso a praticamente tudo, ou pelo menos, o caminho.

Tá valendo demais ultimamente aquela máxima: não sei fazer, mas tenho o telefone de quem sabe. Eu acrescentaria o seguinte hoje: não sei fazer, mas tem um site que ensina.

Pois bem, aonde eu queria chegar com isso?!

Fiz uma edição de um vídeo, com diversos vídeos caseiros, filmados com câmeras fotográficas normais. Em uma noite consegui descobrir diversas coisas no Adobe Premiere e tá aí.

Fosse algo que tivéssemos captado com essa intenção, ficaria muito melhor, ou se tivesse me dedicado mais em conhecer o programa. tá aqui o video... mega ultra basico, mas foi uma forma diferente de ver coisas normais... ou não

Quanto mais vejo facilidade nas coisas, mais me desafio: porque só eu não fiz ainda se é tão fácil...

http://www.youtube.com/watch?v=lk59VaN7aD8&feature=youtu.be&a

O Beatle que não foi Beatle

O Beatle que não foi Beatle

Nunca é tarde

Pois é, nunca é tarde para fazer as coisas que se tem vontade.
Resolvi também ter o meu blog.
Vou postar os mais variados textos e devaneios, sobre música, cinema, marketing, publicidade, comportamento, cultura... enfim. Coisas que me fazem queimar neurônios e que hoje em dia o mais natural é dividir com mais gente e por isso do blog.
Uma das primeiras coisas que vou fazer, vai ser publicar alguns textos que tenho e que nunca fiz nada com eles.
Abraço e boa semana