segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Algo bem maior

Escrevi este texto abaixo em maio de 2008.
Lá se vão quase 2 anos e nunca tinha publicado ele em lugar nenhum.
agora vai.
Abraço
Rodolfo

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Algo bem maior

Um texto: despretensioso mas com tom de desabafo, é o que pretendo fazer. No alto de completar os meus quase 27 anos, começo a ver que faz sentido o que ouvi o Lulu Santos dizer certa vez, do porque os homens são de marte. Segundo ele, é nesse período que deixamos de ser crianças e passamos para fase adulta, pois 27 anos na terra é um ano de marte, ou seja, estou prestes a completar um ano marciano, deixar de ser menino e me tornar um homem.
Não sei se isso se aplica a todos, mas tenho acreditado que faz sentido pra mim e o principal motivo é simples: perdi a inocência. Não tenho mais a ingenuidade que torna uma criança leve e que de fato perdi com o tempo. Acredito que isso aconteça, quando por mais que a gente tente, olhamos para as pessoas e percebemos as suas maldades, antes das suas bondades.
Quando criança, brigávamos mais de uma vez com nossos irmãos e amigos da vizinhança, mas no outro dia estávamos todos literalmente pedindo desculpas e fazendo as pazes, afinal de contas precisávamos um dos outros pra continuar fazendo nossas artes e bochinchos, como diríamos lá no Alegrete. Mas sabíamos disso: dependíamos uns dos outros, por mais que nos desentendêssemos cedíamos pelo bem comum.
Hoje, qualquer olhada torta é suficiente para levantarmos a guarda e nos resguardarmos de alguém. Deixamos de acreditar uns nos outros por pequenas bobagens, que superávamos quando crianças mas que não temos mais disposição para relevar. Dizemos NÃO com a maior facilidade. Queremos imediatamente algo em troca quando abrimos mão de alguma coisa, ou seja, nos preocupamos muito mais com o nosso umbigo que com o que nos rodeia.
De repente eu precise de mais 27 pra entender bem isso, mas o fato é que hoje realmente o “mundo é mau” e acredito que é nas pequenas coisas que tornamos o BEM algo muito maior que este mundo. Só com a pureza de uma criança é possível acreditar e por isso faço da música, meu instrumento de prece para não perder a essência, pois foi na infância que aprendi que com ela crio um mundo encantado, aonde no fundo, todos gostariam de viver.

3 comentários:

  1. Rodolfito, meu querido amigo: Perto de completar o segundo ano marciano tenho a te dizer que muito cedo descobri que a essência da gênese humana é a maldade. Tornar-se bom é a arte, o desafio, a coincidência. Alguns conseguem, mas a maioria... não. Com o tempo construi "mundos encantados" que - com seus muros mágicos, me protegiam do mundo exterior.

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  2. Sorte a minha em ter um amigo assim por perto hein. Acho que é isso que nos mantém querendo fugir do lado negro da força...

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  3. Fitoq ue texto lindo!! realmente, usando a idéia de picasso quando ele fala da arte, acho que nascemos artistas, a grande maioria 'perde' boa parte dessa arte na infãncia e depois passamo a vida inteira 'tentando ser criança' outra vez pra fazer arte!! hehe
    Adorei!!

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